Falar em origem da bruxaria é o mesmo que retornar aos primórdios da
Humanidade, quando os seres humanos
começaram a despertar sua percepção para os mistérios da vida e da natureza.
Segundo os estudiosos da
Pré-História, as primeiras demonstrações de arte devocional foram as Madonas Negras, encontradas em
cavernas do período Neolítico.
Portanto, as Deusas da
Fertilidade foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos.
Da mesma forma que nossos antepassados se maravilharam
ao ver a mulher dando a Luz a uma criança, todo o Universo deveria ter sido criado
por uma Grande Mãe. Entre os povos que dependiam da caça, surgiu o culto ao Deus dos
Animais e da Fertilidade, também conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero.
Os chifres sempre representaram
a fertilidade, coragem e todos os
atributos positivos da energia
masculina, representando também a ligação com as energias cósmicas.
Hoje a figura do Deus Cornífero
é bastante problemática, pois, com o advento do Cristianismo, ele foi usado para personificar a
figura do Diabo, entidade criada pelas religiões judaico-cristãs. Ele não
é reconhecido e muito menos
cultuado pelas Bruxas.
A wicca surgiu no período
Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localiza a Irlanda, Inglaterra, País de Gales,
Escócia, indo até o Sudoeste da Itália e a região da Britânia na França.
Quando os Celtas invadiram a
Europa, quase mil anos antes de Cristo, trouxeram suas próprias crenças, que, ao se misturarem
às crenças da população local, originaram o sistema que deu
nascimento à Wicca.
Com a rápida expansão desse
povo, ela foi levada para regiões onde se
encontram Portugal, Espanha e
Turquia. Embora a Wicca tenha se firmado entre os Celtas, é importante lembrar que a
bruxaria é anterior a eles. Mas como esse povo foi o mantenedor da tradição, é importante que
conheçamos, pelo menos, o rudimento de seu pensamento e cultura.
O Panteão Celta, ou seja, o
conjunto de Deuses e Deusas dessa cultura é hoje o mais utilizado nos rituais da Wicca, embora
possamos trabalhar com qualquer Panteão, desde que conheçamos o simbolismo correto, e não
misturemos os Panteões num mesmo ritual. A sociedade Celta era
Matrifocal, isto é, o nome e os
bens da família eram passados de mãe para filha. Homens e mulheres tinham os mesmo
direitos, sendo a mulher respeitada como Sacerdotisa, mãe, esposa e guerreira, participando das
lutas ao lado dos homens. O culto da Grande Mãe e do Deus Cornífero predominaram
nas regiões da Europa dominadas pelos Celtas, até a chegada dos romanos, que praticamente dizimaram as tribos
Celtas, que nessa época já estavam sendo dominadas pelos Druidas, que representavam uma
introdução ao patriarcalismo.
Porém, em muitos lugares, a
religião da Grande Mãe continuou a ser praticada, pois havia certa tolerância por parte dos
romanos, chegando certos ramos da Wicca a incorporar elementos do Panteão Greco-Romano, especialmente
na Bruxaria Italiana. Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras
com o domínio da Igreja Católica e a criação da Inquisição, cujo objetivo era eliminar de vez as
antigas crenças, que eram uma ameaça a um clero muito mais preocupado em acumular bens e
riquezas do que a propagar a verdadeira mensagem de Jesus.
Muitas das vítimas da Inquisição
não eram Bruxas, e sim, pessoas com problemas de Saúde, doenças mentais, deficiências
físicas ou somente o alvo da suspeita e inveja do povo. Também era comum se acusar pessoas para
tomar seus bens, pois esses eram divididos entre os inquisidores.
Durante o tempo das fogueiras, o
medo fez com que muitos permanecessem no anonimato para resguardar as vidas de suas
famílias. Muitos dos conhecimentos passaram a ser transmitidos oralmente, por medida de
segurança, e, assim, muito se perdeu.
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